A Locomotiva
A Locomotiva, de Julian Tuwim, o poema para crianças mais conhecido e querido na Polónia, está agora disponível em edição bilingue português-polaco, com ilustrações garridas do ilustrador-astronauta-arquitecto Paulíssimo Galindro. É o segundo livro para crianças da Qual Albatroz e é uma das leituras recomendadas pelo Plano Nacional de Leitura para o 3.º, 4.º, 5.º e 6.º anos.
O texto
O poema «Lokomotywa» é uma das obras mais encantatórias de Julian Tuwim e faz parte da infância de qualquer polaco. Foi publicado pela primeira vez em 1938 e rapidamente se tornou um dos poemas mais populares do poeta, perpetuando-se a sua popularidade até ao presente. O poema é como uma onomatopeia gigante, em que as palavras simultaneamente contam e fazem os sons da viagem de uma locomotiva.
Mudá-lo para português foi um desafio para a dupla de tradutores, que, durante cerca de três meses, procurou recriar em português os jogos da língua polaca, que de forma genial imitam os ruídos e os solavancos de uma locomotiva em viagem. Manter o registo familiar da língua, as imagens bem-dispostas e a precisão da rima e da métrica até foi fácil quando comparado com o desafio posto pelas inúmeras e longas aliterações do poema. Muita coisa teve de ser reinventada para a locomotiva poder trabalhar em português.
Um dos maiores reconhecimentos ao trabalho dos tradutores e do ilustrador veio da própria filha do poeta polaco, que comentou assim a edição portuguesa do livro:
«Muito obrigada à editora Qual Albatroz por me ter dado esta alegria que é ter o livro A Locomotiva nas minhas mãos. A edição é lindíssima, as ilustrações realçam a riqueza e o humor do texto de uma maneira muito fina e original, e a tradução para português do texto do meu pai é, a meu entender, tão boa como o texto original.» Ewa Tuwim – Woźniak (filha de Julian Tuwim)
As ilustrações
O ilustrador Paulo Galindro brindou o livro com mais um trabalho extraordinário, radiante e imaginativo, repleto de cores vivas e deliciosos pormenores, que jogam com a cultura dos dois países. A linguagem gráfica inventada pelo Paulo casa na perfeição com o espírito alegre e risonho do poema, e acrescenta-lhe de forma subtil uma importante mensagem ecológica e um tom de mistério, que só se vai revelar em pleno na última página, quando a nossa imaginação já corre a todo o vapor.
A Locomotiva está, portanto, de viagem pela língua portuguesa. Leia-a em voz alta, sozinho ou acompanhado, use-a como canção de embalar, dramatize-a, decore-a, mas, acima de tudo, divirta-se com a suculência das suas palavras e do seu ritmo.
* Este livro teve uma edição anterior, em 2012, realizada para a Embaixada da Polónia e para a Representação da Comissão Europeia em Lisboa. A sua apresentação ocorreu em Abril de 2012, durante a visita oficial do presidente da República da Polónia, Bronisław Komorowski, a Lisboa. Essa edição não entrou no circuito comercial e foi distribuída gratuitamente por bibliotecas escolares e municipais do país.
Leitura dramatizada do poema
Os autores
Julian Tuwim
Julian Tuwim (1894-1953) é um dos grandes poetas polacos, mas não só. Foi também tradutor de poesia, crítico, brincalhão, colecionador compulsivo de textos esquisitos, dicionários, livros raros e outras coisas bizarras. Publicou vários volumes de poesia, incluindo poemas para crianças. Já em pequeno se notava a sua curiosidade pela linguagem e pela poesia. Tinha um caderninho em que ia apontando todas as palavras esquisitas que encontrava e que depois adorava analisar. Este seu amor e esta sua mania pelas palavras é o que torna a sua poesia inconfundível. Adorava brincar com os sons da língua, inventar palavras novas, trocando as voltas aos prefixos e aos sufixos.
os tradutores
Gerardo Beltrán nasceu no México, mas um belo dia decidiu viajar pelo mundo, e viajou, viajou até chegar a Varsóvia, onde agora escreve e traduz poesia, e tenta, na Universidade, convencer os outros a fazer o mesmo ou algo parecido. Além de comboios, gosta de poças, de muros, de sombras, de todo o tipo de inscrições e da vida com amoras e outros frutos.
José Carlos Dias nasceu em Lisboa, em 1975. Em criança, passava os dias a brincar com legos, a ler e a jogar videojogos. De repente, tornou-se professor, e depois de uns anos a ensinar em Portugal, fez as malas e foi para Varsóvia, onde dá aulas de Português na Universidade, inventa projetos e traduz. Trocou os legos por palavras (que são a mesma coisa), e continua a ler e a jogar.
o ilustrador
Paulo Galindro nasceu às 18 horas desse magnífico dia que foi o 11 de julho de 1970. Tudo começou quatro anos depois, num bailado de menino-pintor em cima de um lençol de papel, ao som das máquinas de impressão da gráfica onde o seu pai António trabalhava. O cheiro das tintas e a imensa brancura do papel despertaram-lhe as vocações de arquiteto, sonhador, artista e astronauta.
De dia, o Paulo é arquiteto, mas quando chega a noite (e em todos os seus tempos livres) o Paulo é as quatro coisas ao mesmo tempo, e saem-lhe das mãos ilustrações de arregalar os olhos de feericidade. A Locomotiva é o décimo livro que ilustra. Ah, é verdade… adora café e dióspiros com canela.
Ficha técnica do livro
Autor do texto | Julian Tuwim |
Tradução | Gerardo Beltrán e José Carlos Dias |
Ilustração | Paulo Galindro |
Revisão | Conceição Candeias |
Data de publicação | Outubro de 2014 |
Edição | Capa dura com tratamento de verniz localizado e miolo impresso a cores em papel couché semimate de 135 g e composto com caracteres Square |
Gráfica | Rainho e Neves |
Língua | Português e Polaco |
Dimensões do livro | 208 x 241 mm |
Número de páginas | 32 |
ISBN | 978-989-95581-7-5 |